Deus amou o mundo

“E, abrindo Pedro a boca, disse: 
Reconheço por verdade
que Deus não faz acepção de pessoas”
(Atos 10.34)



 *Por Fernando Jesus

            Os ensinos e o testemunho de vida de nosso Senhor Jesus Cristo nessa terra foram claros em nos mostrar que Deus não faz acepção de pessoas, que todos os homens e mulheres são iguais perante o Eterno Deus. Afinal, como escreveu o apóstolo João: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Evangelho segundo João, capítulo 3.16). Note que Jesus morreu por toda a humanidade, para que todos que crerem n’Ele tenham a vida eterna.
            Jesus andava com pessoas que eram rejeitadas e discriminadas pela sociedade de sua época (prostitutas, cobradores de impostos...), era seguido por leprosos, levavam coxos até Ele, e pessoas com as mais diversas enfermidades e deficiências físicas.
            Se Jesus vivesse em nossa sociedade atual ele seria bem recebido em nossos templos, seria aceito em nosso convívio social, sentaria nos púlpitos de nossas igrejas, seria preletor em nossas festividades e convenções ministeriais? Ou Jesus seria aquele homem simples, de terno fora de moda (com somente dois botões, e não três), uma Bíblia bem usada, sapatos gastos comprados no brechó? Seria um homem de aparência não muito agradável para os padrões de beleza da sociedade; ou seria alto, forte, loiro e de olhos azuis ou verdes? Ou seria aquele irmão simples sentado no último banco da igreja que você nem sabe o nome dele, e nem ao menos olha nos olhos quando ele alegremente te dá “a paz do Senhor Jesus, irmão”?
            Deficientes auditivos, visuais, pessoas de mobilidade reduzida, pessoas especiais... Para muitos podem não merecer tanta atenção. Só que Aquele que está sentado no trono, e tem a terra como descanso para Seus pés, se preocupa e ama eles assim como ama você, que tem olhos perfeitos, fala, se locomove facilmente e desfruta de plena saúde física.
            Jesus não faz acepção de pessoas, aceita a todos nós, com nossas particularidades e peculiaridades, com nossas qualidades e defeitos. O mundo pode criar e estipular padrões de beleza, os pintores e o cinema podem mostrar um Jesus parecendo um galã da novela das oito, mas o Jesus que a Bíblia nos mostra é um homem simples, sem formosura alguma e experimentado em trabalhos manuais. Mãos marcadas de um marceneiro pobre.
            O ide de Jesus é para alcançar a todos, sem distinção de qualquer pessoa. A missão da Igreja é pregar o Evangelho a toda a criatura. O que estamos fazendo para alcançar aquele que não vê, que não ouve, que fala uma língua que não conhecemos, que tem uma cultura totalmente diferente da nossa? Precisamos revelar a todos – sem distinção, sem acepção de pessoas – que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. 
*Fernando Jesus é freelancer 
e secretário de Missões
fernandojesus2012@hotmail.com

Plenitude do poder pastoral?


Lobo em pele de ovelha

                                                            *Por Ronaldo Jesus
Alguns procuraram reforçar esta asserção principalmente com aquelas palavras de Cristo a Pedro (Mateus 16.19): eu te darei as chaves do reino dos céus. Tudo que ligares sobre a terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares sobre a terra será desligado nos céus. Com essas palavras, como parece, Cristo prometeu, a Pedro tal plenitude de poder, que ele, sem qualquer exceção, pode tudo na terra.
Deste modo; que o Pastor não tem a plenitude do poder é algo que se demonstra claramente pelo que o apostolo diz (2 Cor 13.10), falando por si e por todos os prelados da Igreja: “Eis por que vos escrevo de longe, para que, estando presente, não tenha que usar de rigor, segundo a autoridade que o Senhor me deu para edificação, não para destruição”. Por estas palavras dá-se a entender que o poder apostólico foi instituído por Cristo principalmente para a utilidade dos súditos.
De fato, confiando suas ovelhas a Pedro, Cristo não quis em primeiro lugar providenciar pela honra, o proveito, a tranqüilidade ou a utilidade de Pedro, mas quis providenciar principalmente pela utilidade das ovelhas. Por isso não disse a Pedro: “Domine minhas ovelhas”, nem disse: “Faz de minhas ovelhas o que te aprouver, que venha a redundar em teu proveito e honra”, mas disse: “Apascenta minhas ovelhas”, como se dissesse: “Faz o que vem em favor da utilidade e da necessidade delas, e sabe que não foste colocado à frente delas para teu proveito, mas para proveito delas”.
Por isso, falando sobre João 10,1: “Quem não entra pela porta” etc., diz Santo Agostinho em uma homilia na qual as citações não são do mesmo, mas o texto parece do século XII: “Quem não entra pela porta, mas sobe “por outra parte”, isto é; quem não entra pelo chamado do povo, pela eleição dos irmãos, pela provisão de Cristo, mas por prêmio ou pela força dos parentes ou do poder, este não é pastor, mas ladrão e salteador. Demonstra-se, pois que alguém é pastor, somente se guardar as ovelhas, protegendo, defendendo e vigiando, se não procurar os ganhos terrenos, mas os celestes, se não defender seus interesses, mas os dos outros, de tal modo que não deseje o episcopado pela ambição do dinheiro, mas para aumentar a fé do povo, a fim de que com os fieis e para eles receba a retribuição eterna; não para ser senhor, mas pai; não para castigar e perseguir, mas para nutrir; não convém a um homem de Deus como tenho conhecimento odiar a alguém, mas amar a todos, incentivar os bons, corrigir os maus, os pastores não foram constituídos para dominar sobre a Igreja, mas serem modelos de todos e para, com seu exemplo, edificarem a todos e não perderem a ninguém.
Portanto, os pastores serão réus de tantos homicídios quantos forem os que perderem por seu exemplo ou não guardarem com sua vigilância. Cristo constituiu-os guardadores de almas, não cultivadores de campos. Todos os que, abandonando a doutrina de Cristo, dos apóstolos e dos que almejam a excelência do cristianismo e que por alguma razão vivem ou ensinam diferente, não são pastores, mas pseudopastores, pois não seguem nem os exemplos nem a doutrina de Cristo. 
*Ronaldo Jesus é bacharel em Teologia (FAESP), Especialização em Hebraico Bíblico (FATISP), Certificado em Aramaico Bíblico (USP), cursando Filosofia (UNIFAI), profº do Núcleo de Teologia da FAESP e profº de Escola Bíblica Dominical na Assembléia de Deus